terça-feira, 15 de maio de 2012

Cena - By Brubs Folster

Cena de Dramaturgia inspirada no link abaixo:

http://varzeadopoconoticias.blogspot.com.br/2011/07/que-farsa.html

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Cenário: Sala do delegado da delegacia de Polícia de Pindobaçu – Interior da Bahia

Época:  Verão de 2011

Personagens:

 - Maria Nilza, mandante do crime, por volta de 45 anos, sotaque nordestino carregado;

- Beto, assassino, por volta de 30anos, sotaque nordestino carregado;

 - Lupita, vítima, por volta de 35 anos, sotaque nordestino carregado;

 - Delegado Marconi, por volta de 35 anos, sotaque nordestino, mas, urbano;



 Cena inicia com o Delegado Marconi sentado na sua mesa lendo o jornal, ele respira fundo, fecha o jornal e murmura.

 Delegado – Eita pronto! Não aquento mais esses casinhos aqui do sertão!

 O Delegado Marconi grita da sua mesa  – Pode entrar, cambada de vagabundos!

Neste momento entra: Maria Nilza na frente com ar autoritário, enquanto Beto e Lupita entram juntos meio com vergonha e acuados.

 Maria Nilza – Seu Delegado, esse cabra cachorro, me robô!

 Beto – Num robei não, só recebi os meus dereitos! (ASSUSTADO, mas com um riso no canto da boca)

Maria Nilza – Dereito do quê, cabra cachorro, ocê num fez o que eu ti mandei fazê! (BRAVA)

Delegado – Calados, quem manda aqui sô eu! (NERVOSO) Eu dei uma lida no boletim de ocorrência e a dona (OLHANDO PARA MARIA NILZA) acusa você (OLHANDO PARA O BETO) de roubar R$ 1000,00 dela. Já você alega que a ela te contratou para matar a Dona Lupita que por sua vez ajudo, você, Betão, a forjar a própria morte dela (olha e aponta para Lupita). Tô cansado das suas histórias, Betão, cabra macho do Sertão (com tom irônico), acho que é quinta vez que te vejo aqui na delegacia só este ano!

Beto – Dia, seu dotô,sentiu minha farta, esses tempus? (Marconi se mexe na mesa bravo)

Maria Nilza- (Interrompe e Diz Nervosa) Pois é, paguei por um serviçu que num recibi!

Beto – Ti amostrei as fotu se voismicê acredito( Beto dá de ombros) Euzinho que num posso fazer nadinha de nada se voismice acredita in tudinho que te amostram!

Maria Nilza – Seu cabra cachorro, a vadia da amante do meu marido, tava toda suja com Ketchup e uma faca no suvaco!

Beto - É mai a senhora, bem que riu e fico satisfeita na hora qui viu as fotu!

Lupita – Eu bem que fiz tudo dereitinhu, visse, seu dotô! (Com cara de satisfação)

Maria Nilza – Cale a boca, sua cadela, si não lhe dô uns bofetões (Encarando Lupita)

Delegado – Já mandei calarem a boca! Dona Lupita tá me dizendo que forjo seu próprio assassinato? (CONFUSO)

Lupita – Foi sim, seu dotô, fiz tudo dereitinho, nóis pego um vidro de ketchup in casa, Betão passo neu todinha (suspiros), aí eu deitei no chão iiii (tempo – Lupita e Betão se entreolham sem graça), i Betão (ela olha para o Beto com olhar de orgulho) coloco a faca no meu suvaco eu fechi meus zóios e esse cabra arretado (olha para ele de novo) tiro as fotu. (dá de ombros)

Delegado Marconi com cara de Inconformado olha para Maria Nilza e diz – E você, Dona Nilza, acreditô?

Dona Nilza – (Meio sem graça,mas nervosa) Eu tava cum tanta raiva dessa zinha, qui nem dei muita bola pras fotu, fui logo pegando a grana. Tava tão feliz que meu marido tinha perdido a amante que....

Beto interrompe 

Beto -  Iiii perdeu mesmo, porquê agorinha Lupitinha é só minha, minha Lupitinha (olha para ela com cara de satisfação e ela retribui e fica envergonhada)

Delegado Olha bravo para Beto.

Delegado  – Tu tá pegando a amante da tua mandante?

Beto – Olhe bem, seu dotô, Dona Maria mi contratô para mata uma tar de Erenildes Aguiar i eu como cabra macho aqui do sertão aceite, mai quando eu cheguei no locar vi que a tar era a Lupita,cabra boa conhecida lá do forró da Rua:Silva Pinto, sabe? (Delegado faz sinal positivo com a cabeça) intão num pudia matar uma coisa tão boa assim!

Delegado – Então você tinha intenção de matar?

Beto – Olhe bem, seu dotô, eu num cometi crime ninhum. Iiii, hoje até que gosto muito dessa muié arretada di boa( dá um tapa na bunda dela, ela fica assanhada)

 Maria Nilza interrompe – Cometeu sim, seu cabra safado, me robô mir real (Brava)

 Maria Nilza vai em direção de Beto  – Venha cá, seu cabra safado, que eu vou lhe dar uns bofetões.

 Maria Nilza começa a bater nele, ele se defende e Lupita tenta afastá-los os três gritam e se estapeiam até que o delegado irritado grita.

Delegado – Já chega! Não quero ouvir mais nada, os três pro chilindro! Você (Aponta para Maria Nilza) por ser a mandante do crime, você por extorsão (aponta para Beto) e você por ser cúmplice (aponta para Lupita).

Delegado  – (GRITA) Guardas!

Dois guardas entram.

Delegado – Levem-os pro chilindro!

Então os dois policiais os levam para fora da sala, os três saem reclamando e bravos! O delegado volta a ler o jornal e fim de cena.


By Brubs Folster -
Proibida reprodução parcial ou integral sem autorização expressa da autora 

Um comentário:

  1. Passando aqui apenas para dizer que gostei muito do seu texto publicado no Entrelinhas 2 (Histórias Fantásticas). Deixo aqui o meu blog, também, caso seja de interesse o ver :]

    http://un-cafe-a-clichy.blogspot.com.br/

    Até mais o/

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